quarta-feira, 20 de maio de 2015

Vereadores de Juazeiro aprovam projeto polêmico sobre convocações

Após intenso debate os vereadores de Juazeiro do Norte aprovaram, em sessão ordinária nessa terça-feira (19), Projeto de Lei que prevê punição aos servidores públicos que não comparecerem a Casa quando convocados. O projeto recebeu oito votos favoráveis, cinco contra e outras quatro abstenções.

O projeto, de autoria do vereador Normando Sóracles (PSL), chamou a atenção pelas muitas opiniões divergentes acerca da sua constitucionalidade. Durante mais de trinta minutos, os vereadores se alternaram entre posições favoráveis e contrarias a aprovação do projeto.

O vereador Darlan Lôbo (PMDB), disse que já existe Lei para punir os servidores públicos que não comparecerem a Câmara. Para ele, o que falta é fazer cumprir a lei. Já o vereador Capitão Vieira Neto (PTN), líder do prefeito, disse que é preciso respeitar a hierarquia das leis. Capitão Vieira ressaltou que existe uma lei federal com o mesmo objetivo. O vereador chegou a pedir a retirada do projeto para melhor analise.

O vereador Cláudio Luz (PT), disse que faltou atenção da assessoria jurídica da Casa para embasar melhor os vereadores. Cláudio defendeu o projeto observando que a lei pode ser criada. Para ele, o que não pode é haver choque com a lei federal. Avaliou que não há inconstitucionalidade e disse que a Câmara precisa ser mais dura.

Com a palavra, o vereador Gledson Bezerra (PTB), disse que a Câmara não pode criar crimes. Segundo ele, as penalidades para esse tipo de conduta já estão previstas na lei de improbidades. Para Gledson a intenção é boa, mas já existe lei punitiva para os atos previstos no projeto em questão.

Durante o debate o assessor jurídico da Câmara foi solicitado a se manifestar pelo vereador Normando. Segundo Erivaldo Oliveira, o projeto não cria uma conduta criminal. Para o assessor jurídico, a lei é administrativa e o município pode criar ato administrativo contra servidores.

O vereador Adauto Araujo (PSC), disse que estava se sentindo em um tribunal, em meio a um julgamento, com advogados de defesa e acusação, promotores e juízes.

Cagece investigada

O presidente da Câmara, vereador Danty Benedito (PMN), iniciou a sessão autorizando a assessoria jurídica da Casa a proceder com processo contra Companhia de Águas e Esgotos do Ceará (Cagece).

Segundo Danty o processo deve investigar e avaliar as várias denúncias contra a Cagece. O vereador quer que a empresa cumpra com as clausulas contratuais da concessão e, se necessário, iniciar processo para rever a concessão da empresa.

Limpeza milionária

O vereador Cláudio Luz, denunciou a licitação para a compra de material de limpeza para a Secretaria de Saúde de Juazeiro. O valor da compra será de R$ 2,3 milhões. Segundo o vereador a vencedora do pregão, empresa Supermercado Econômico, já forneceu merenda escolar ao município e foi beneficiada com a doação de um terreno.

Cláudio pediu que fosse enviado ofício de notificação, com cópia da licitação, ao Ministério Público Federal que mantém intervenção na Secretaria.

“Vou ser um vereador quetim”

A frase é do vereador Normando Sóracles, durante um pronunciamento sobre a situação da distribuição de medicamentos pelo Serviço de Assistência Médica Especializada (Same).

O vereador se referia aos casos em que é proibido seu acesso aos locais públicos para verificar in loco denúncias. “Se disserem: não pode entra no Hospital Regional, vou dizer: sim senhor! Se disserem: não pode fiscalizar o Same, vou dizer: Pois não senhor!”

Normando falou da situação caótica em que se encontram as instalações do Same e as condições que são mantidos os medicamentos distribuídos pelo órgão. Segundo o vereador, faltam remédios controlados e sobram anticoncepcionais. São mais de 129 mil anticoncepcionais próximos de se vencer; enquanto falta Gardenal.

Normando pediu maior controle na distribuição, com a instalação de um programa de computador. Segundo o vereador há denúncias de que pessoas que fazem uso de drogas ilícitas estão se aproveitando da falta de controle.

Sessão extraordinária

Ainda na terça-feira, foi realizada uma sessão extraordinária para votar o reajuste dos agentes de saúde e a suplementação de R$ 1,3 milhão para a Secretaria de Assistência Social. Ambos os projetos foram aprovados.

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