quarta-feira, 2 de julho de 2014

Nora de Raimundão responde por compra de rapadura superfaturada

Na última semana um assunto envolvendo a filha e a nora do prefeito de Juazeiro do Norte, Raimundo Antônio Macedo (PMDB), ganhou destaque nas redes sociais. A secretária de Assistência Social e Cidadania do município, Roberta Sampaio (nora), e a administradora do Restaurante Popular, Milena Gonçalves de Macedo (filha), autorizaram a compra de rapadura, segundo denúncias e comentários, superfaturada em cerca de 300% do valor de mercado.

A compra feita pela Secretaria ganhou notoriedade com a divulgação do empenho assinado pela secretária Roberta Sampaio autorizando o pagamento. Segundo a nota foram comprados 150 kg de rapadura, ao valor unitário de R$ 5,19, totalizando um valor de R$ 778,00, enquanto que, segundo observações em comentários, o valor de mercado não passa de R$ 1,50 a unidade.

O pagamento, autorizado em setembro de 2013, que beneficia uma empresa com sede na cidade de Fortaleza gerou polêmica e deve ser apurado pelos vereadores de oposição para formalizar denúncia ao Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE). Na maioria dos comentários, foi questionado o fato do produto não ter sido comprado em Barbalha, cidade conhecida pela produção do doce.

A secretária Roberta Sampaio foi procurada para comentar o assunto e defendeu a legalidade da compra que, segundo ela, foi efetuada por meio de licitação. “A compra foi feita para o Restaurante Popular, junto com vários outros produtos e gêneros alimentícios,” disse Roberta, ressaltando que licitação é assim, empresas concorrem e ganha quem apresentar o menor preço e, segundo ela, foi o que aconteceu.

Sobre o valor pago pelo produto, a secretária observou que a referencia é o quilo, não a unidade como se vê nas bancas de rua. “Lembramos que é exigido da empresa fornecedora uma estrutura de logística, com entrega dentro do prazo previsto. É importante levar em conta, ainda, a responsabilidade com impostos que encarecem o produto,” ressaltou Roberta.

Para a secretária, a compra institucional é diferente de qualquer compra efetuada na rua, onde se pode barganhar com o valor. “Com a prefeitura é diferente. Aqui temos que pagar o preço estipulado no contrato. Além do mais, esse valor é referente ao quilo, o que, é bem mais que a unidade que se vê nas ruas,” observou a secretária.

A secretária finalizou esclarecendo que a empresa, sequer, continua prestando serviço a Secretária ou a prefeitura. “A nota que circula nas redes sociais é referente ao ano passado. Desse lote em questão, tudo que foi contratado foi entregue. Para se ter uma ideia já houve outra licitação recentemente,” disse Roberta.

A secretária observou que há pouca participação das empresas locais nos processos licitatórios da prefeitura de Juazeiro, o que, ela avaliou como preocupante. Segundo Roberta, algumas empresas não querem fornecer ao município por outros motivos, mas a maioria não atende a exigências documentais para a participação nos pregões.

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